quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O inferno são os outros


É difícil perceber que não amo a humanidade
Que prefiro a umidade relativa do ar
A relativizar os homens e seus detalhes
Decepção constante, é o que somos
Mutuamente, reciprocamente
Pois se não podemos nos concertar
Não conseguimos nos conformar
E não somos moldes divinamente perfeitos
À semelhança de um deus
O que nos resta é a aversão constante
 - Embora escamoteada em ideologias do próprio, em birrinhas de sóbrios, em diferenças inesgotáveis -
Por sermos quem nós somos,
Da maneira que não sabemos que somos
E, a partir disto,
Acharmos que os outros não são o céu que sonhamos
E que supomos conhecer.