segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Era carnaval
Um chapéu coco
Eu queria ser cocada
E uma bengala
Para me apoiar no nada
Eu era Chaplin
Eu era qualquer piada
Era carnaval
Não era à vera
Era à risada.
Não era samba, era uma bagunça animada
Como a mistura no meu copo cabe a mim
Que era quente o que se pretendia gelada
Era carnaval
E eu só conheço assim.
Era suor de calçada, não era purpurina
Não era lança perfume, era cheiro de urina
Eu não era o infeliz a reclamar logo cedo
Era carnaval
E eu era o bêbado.
André Vargas
domingo, 15 de janeiro de 2012
Refrão
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Pensamento cotidiano nº1
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Passione
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Poesia
Quando ela chega
De repente esparramo pelo chão
(Como as batatinhas quando nascem...)
Minhas bobeiras
Andando com as mãos indicando o Norte
Fazendo sombras de mãos inteiras
Nas flores da morte, nos trevos da sorte.
Quando ela chega
Não há tempo
E sempre há tempo
Mais atento
Tento menos
Invento mais do que condeno
Sempre há tempo, coelho chato
Tarde é só um momento.
Quando ela chega:
Sobrancelhas ríspidas
Despidas de calma
Despedem das seivas
Das próprias feridas
Batendo palmas
Eu fico sóbrio.
Quando ela chega
Toca uma música
Acho que é Piaf
Ou só um piano
Ou um pio de anum
Anunciando
Ou um trompete na surdina
Ensurdecendo
Ou um assovio na esquina
Ou radio a pilha
Radiante.
Mas é quando ela vai que tudo faz sentido
Sinto a dor dos calafrios
Sinto a febre dos comprimidos
Sinto os nervos dos arrepios
Sinto a melancolia dos sorrisos
Sinto o corpo adormecido
Quando ela vai...
Eu sobrevivo!
André Vargas
Crer-se
Lilás
Como a tarde sempre é
Aliás
Como tudo é tão tardio
Adio
As questões estão nos olhos
Ardidos
Corda bamba, meio fio
Confio
Que não caio, que não perco
Fio
De cabelo no sorriso
Isso
É melhor do que molhar
Isso
Naquilo que água tudo.
André Vargas