sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Gargalhada

Quantos novos sabiás
Quantas velhas donas da casa
Aprumar e arrumar
Quanto "eu" dentro da casca.

Quantas palavras pode-se usar?
Quantas caras fingem saber
Quantificado Quantificar
Quantos homens ouvem dizer.


André Vargas
(Intervalo da aula de metafísica)

sábado, 24 de novembro de 2012

Dá para ver


Dá para ver meu branco
Dos olhos
Claros
Cigarros
Apagados

Da para ver que tampo
A cara
A cara
Para não ver
Que o tempo
Para

Dá para ver meu negro
Na pele
No peito
Na alma
Na chaga
Na paga
Na pisa

Dá para ver você
Eu
Eles
Todos
“Plurificados”
Purificando o sangue
Às avessas
Porém do modo certo

Dá para ver certa vermelhidão
No jeito
Que aceito
Que acato
Que, de fato
Mereço
Tentar
Se sujeito
A falar
Que sou grato

Dá para ver que o mundo
Está nisto e naquilo
Misto e quente
No outro da gente
E a gente se nega
A ver
Que é nêgo também
Que é branco qui nem
Que é vermelho tapuia...

Estamos, ainda, na fase dos recalques
De nossas fraturas.

André Vargas

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O inferno são os outros


É difícil perceber que não amo a humanidade
Que prefiro a umidade relativa do ar
A relativizar os homens e seus detalhes
Decepção constante, é o que somos
Mutuamente, reciprocamente
Pois se não podemos nos concertar
Não conseguimos nos conformar
E não somos moldes divinamente perfeitos
À semelhança de um deus
O que nos resta é a aversão constante
 - Embora escamoteada em ideologias do próprio, em birrinhas de sóbrios, em diferenças inesgotáveis -
Por sermos quem nós somos,
Da maneira que não sabemos que somos
E, a partir disto,
Acharmos que os outros não são o céu que sonhamos
E que supomos conhecer.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Farfalhar de asas

O que é meu neste quarto imenso?
Nem mesmo o tanto que me guardo me pertence
Não tenho brasas, nem vícios, nem cinzas,
Pois o pombo grunhidor nunca servirá ao agouro
O que é meu desse barulho, calmo ouro?
Como o marulho que pertence a pia, a torneira
Ou o pio, de quem contorna matreira,
É da criança que, no esporro adulto, brinca,
Vira passarinho
Não tenho cara, nem moeda para jogar ao alto
Não tenho caverna e essa luz me cega
Não há razão para tanto tanto tanto solto
Se eu nem sei o que de mim está na cela
Eu não sou medo, angustia, tristeza...
Pois reconhecemos logo suas faces
Não sou felicidade, bravura, sonho...
Pois abraçamos somente o cheiro dessas flores
Sou a charada insolucionável do sorriso
Que passa fugazmente na certeza dos bossais.


André Vargas

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Adolescente


A juventude de mil ocupações. 
Estudamos gramática até ficar zonzos. 
A mim me expulsaram do quinto ano 
e fui entupir os cárceres de Moscou. 
Em nosso pequeno mundo caseiro 
brotam pelos divãs 
poetas de melenas fartas. 
Que esperar desses líricos bichanos? 
Eu, no entanto, 
aprendi a amar no cárcere. 
Que vale comparado com isto 
a tristeza dos bosques de Boulogne? 
Que valem comparados com isto 
suspirosante a paisagem do mar? 
Eu, pois, 
me enamorei da janelinha da cela 103 
da "oficina de pompas fúnebres". 
Há gente que vê o sol todos os dias 
e se enche de presunção. 
"Não valem muito esses raiozinhos" 
dizem. 
Eu, então, 
por um raiozinho de sol amarelo 
dançando em minha parede 
teria dado todo um mundo.

(
Vladimir Maiakovski)

domingo, 29 de julho de 2012

O Último Poema


Escadas, espelhos, água...
A luz da lua
A noite na cidade
As luzes da cidade
O mar
O vento
O frio
Eu
O acordar como a pior coisa da existência? Nunca mais quero acordar.
Eu piso
Meu pé, o peso, a gravidade...
Como uma estaca no chão
Escuridão como uma luz no fim
Noite sem fim
O nada nas nuvens
Meu corpo, o que eu sinto com ele? É o próprio gosto, o efeito, é o que desce. Uma vida perfeita tem algo de comum. Migalhas sobre a mesa.
O que a morte é para a vida?
A vida não deveria ter estrelas. Eu começo a me desfazer quando se torna real. Nada pode ser real.
Lábios congelados num muro de plástico
Como Adão, o primeiro
Prata Líquida
Reflexos de abelhas
Em cima do muro
Generais se despedaçam
Sangue na lua
Silêncio faz música
Aplausos com cabeças. Brilho da caneta. Pênis e Vagina. Além mar, além. A caverna e só ela. Libertado. Luz. Sol. Bem. Migalhas sobre a mesa. Nada pode ser real.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Nadificada premissa

Simplório,
Sou, sim, o cão que guarda o purgatório
Zanzando, rosnando, às vezes, tragando
Um grande gole de saliva
Às vezes, abanando o rabo para espantar
Qualquer que seja a companhia
Mas sempre, sempre andando
Cagando e andando
O cão-carniça.


André Vargas

Simbólico

Quanto se deve ao ventre fatigado?
Quanto se paga ao vento por soprar?
Pão de centeio no tempo fatiado
Dívida eterna
Paga no eternizar.


André Vargas

Sem que eu soubesse que existia

O amor, chegou tão cedo ao meu coração, 
que a boneca nem teve tempo de ser usada.

Meu brinquedo era o lápis, parceiro fiel que não me abandonava. 
E não fora muito tempo, para trupe aumentar.

Bastasse um motivo meu para desaguar,
que surgia o papel e a borracha
para o grupo aumentar.

Éramos quase que os três mosqueteiros e d'artanhan.
Desbravando por meio a floresta ou linhas,
até o amanhã.

Até que dessas escritas,
conheci algo que nao sabia que existia.

A forma pela qual eu escrevia,
os adultos chamavam de poesia.

E foi tão belo saber que eu poetisava o que doía!

o que era escuro 
um pouco frio e oculto
o que a ninguém cabia, só a mim.

Me senti uma artista!

E fui escrevendo desde então.
Tudo que me preenchia.
Desde sonhos, desde dores
desde desejos e aqueles amores.

Para uma criança que enjoa da boneca,
privilégio foi cedo descobrir
que podia brincar de ser poeta.

E fazer dessa brincadeira
uma secreta libertação.

Queria que soubessem
que poetisar o mundo
fez com que eu me entendesse
com o amor.

Derrubei os muros que criei em mim
e até fiz o mudo falar com vigor!

Mas é claro que a poesia
não curava o que ainda me doía.
Meus queridos papel e lápis
só traduziam o que eu sentia.

E chegando a esse ponto eu percebia.
que eu acabava de ganhar uma melhor amiga.

Para cada momento que eu vivia,
sendo de dor ou alegria,.
vinha a poesia como companhia

E foi assim que a querida poesia surgiu em mim.
Numa distração qualquer de menina,
o que na alma aluzia,
sem que eu soubesse que existia.

As botas que vão bater


É a última estação para o ser humano. O fim da linha. Começam as despedidas, os últimos conselhos, as últimas lembranças. Enfim, a decrepitude! Ponto de partida ou chegada?

É tempo do cheiro de alfazema vencida, ou será naftalina? Ou ainda uma pomada qualquer, para remediar assaduras ou a alma já sem cura.

Nos olhos a vida passa embaçada. A TV voltou a ser sem cores e já nem sei mais o que se passa nela. Chega para meus olhos reconhecerem pessoas jamais antes vistas. Teimam em me fazer recordar, contam-me sobre aventuras nunca vivenciadas antes por mim. Será que falam de outro alguém? Posso jurar que minha vida começou no instante que sai do banheiro e caminhei até esta cama. De que vida elas falam?

Caminho em passos lentos nesta última estação. A impressão que dá é que vivi o tempo inteiro só este dia. Já se passou o natal? Já se passou fevereiro? Já se passou minha vida?

Já não sei onde habito, o que habito e porque ainda habito.  Viram-me, me despem, me trocam, me tocam, sem autorização. Me dão de comer, de beber, me medicam e já nem sei para que servem os cuidados. Cuidam ou livram-se da culpa? Amam ou apenas seguem os sagrados mandamentos?

De que adiantou uma vida inteira? De que me adiantaram os cem anos? De que me serviu tanta prevenção e medo? Para quê todo amor que senti? E tanto ressentimento acumulado? Se nada tenho deles, além do seu fim. 

terça-feira, 26 de junho de 2012

Das escolhas de qualquer homem


Eu escolho ou não escolho
Vivo de escolhas e me encolho
É sempre vida ou morte minhas escolhas
Ou vou de ônibus ou vou de táxi
Ou tomo o elevador ou subo as escadas
Ou como o pão ou a torrada

De manhã até o outro amanhã
As escolhas me sufocam
Ganham vida, me perseguem obstinadas
Ou lavo os cabelos ou coloco a toca
Ou uso preto ou uso branco
Ou tomo o leite frio ou ele quente

Escolher é uma sina
E privilégio do homem
Dois enredos, duas versões
Ou o Aterro ou o túnel
Ou o sim ou o não          
Ou o crédito ou o débito
Ou amasso as batatas ou as como fritas

As escolhas fazem peso sobre meus ombros
Levam minhas forças quando rejeitadas
Mal dou conta num só dia
Ou voto ou anulo
Ou desligo o celular ou o coloco para vibrar
Ou seco as lágrimas ou as deixo cair

As escolhas me sufocam
Sugam-me, me levam ao delírio
Meus dilemas diários
Ou leio ou ligo a TV
Ou dou um beijo ou viro para o lado
Ou vivo ou morro

Há sempre uma escolha.







Nathália Godoy






segunda-feira, 18 de junho de 2012

Pingos de pasta


Os meus olhos olham
O olhar de outros olhos...

Veja como é simples atentar que não me sei!
Basta eu escovar os dentes em meu eterno desajeito
E desse jeito
Como um cão raivoso em frente ao espelho
- espumoso e impaciente -
Perceber
Que entre os respingos de pasta suspeitos
Um eu melhor escova os dentes
Perfeitos.


André Vargas

domingo, 3 de junho de 2012

No começo, tropeço


Sinto
Ou penso que sinto
O tropeço é começar a sentir
Ou afirmar que se pensa?

Começo a duvidar de mim
Sou ausência
Começo a não saber se penso demais
Nos sentidos
(E se faz diferença)

Se penso não sinto o que penso
Ou sinto o mesmo que penso,
Tanto faz...
Começo a temer a demência
E a tremida eloquência que traz

"E o que é isso agora?" - digo de mim para comigo
Ora se não sou eu (tantas vezes) outro
Influenciável, roedor de ossos roídos
Querendo saber e descobrindo que é poço - e não "posso"!

Alguns - belos novos francos velhos feios - livros
E me deixo ser um simplório dicotômico
Sentir e pensar seus/meus duelos vivos
Tão vivos, tão fracos, tão frios
Que permaneço
Cômico.


André Vargas

sexta-feira, 27 de abril de 2012

domingo, 22 de abril de 2012

Do que vai adiantar?

Se todas as noites em que eu for me deitar,
a cabeça marcará o travesseiro
e os olhos fechados não esquecerão
os conflitos diários de nossas manhãs.

O entrave nulo.
O sozinho.
Paralítico romance,
imundo.

O que era calorido,
o que foi acizentando,
se tornando preto e branco.

Na metáfora da vida,
lábios e garganta contraída
não suportarão mais,
o atraso que me faz
permanecer assim.
Nessa
e com essa aparência.

O que já não significa,
muito mais.

terça-feira, 6 de março de 2012

Soneto de realidade

Descambo, sambo

Desconheço o mambo

O samba é um tropeço

Do descomeço humano.


Pisando, pisoteando

Pivete roubando flores

Correndo e correndo horrores

Candango índie, underground.


Descasco o descaso da avenida

Descubro das rubras cortinas

Os olhos atlantes do guri.


Fracasso dos homens de boa vida

Dissolvi minh'alma ferina

No exato instante em que nasci.



André Vargas

segunda-feira, 5 de março de 2012

Rimas matinais

Nem vem de cara feia pra cima de mim
Não sei por que que a vida tem que ser tão ruim

Pega tua carcaça e enterra
Tristeza contamina
Agradeço por estar em terra
Talvez essa minha sina
Uma vez por baixo outras por cima
Quantas mentes se perderam depois da guerra
Que enfim termina
Flashes! Notícias e nada que mude
Crash ! Fictícias novelas ao vivo
Se cuide!
O tempo é new e o new é trash
Um brinde aos velhos tempos
Saúde!
E se não beber não fode
Então beba! Aproveite o quanto pode
Mas aceite quando o copo já não mais te matar a sede
Aí é dormir e acordar de novo
Bom dia!
Levanto e topo com algo escrito no topo da parede
E que assim seja
A obra fica exposta pra que o povo veja
Antes do almoço a todos um copo de cerveja
E um pôr do sol de conversa curta
Boa noite, não surta e tire a touca pra dormir
Sopa quente pra digerir e fui!


Caio Vargas

sábado, 3 de março de 2012

Maracatu 1!

Tem os olhos que nos vêem
Com outras cores, algo mais
Mas num instante um pisque te sabota
Como um ataque de desejo faz
2x

Tras fulô de laranjeira pra enfeitar minha telha
Que esse branco na cabeça serve pra tranquilizar
Cinco argolas coloridas pra eu por na orelha
Quanto na vida mais cor fica melhor pra escutar

O Arco-íris dela é bom de ouvir
Tem som de gaita
É um som porreta e basta

Tinta na tela
É idéia querendo sair
Então que saiam..
Então que saiam..

Nega maria vem pra roda trás panela pra bater
Com a chinela levanta poeira
De saia rosa que roda quando começa a chover
Lavando a alma da roda inteira

E cai uns pingo nela
De um bom sentir
Então que caiam
Então que caiam
2x

Caio Vargas

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

CRÔNICA DE VERÃO


Que o verão passe,
leve junto o pôr do sol
o suor das noites de ar quente,
o cheiro do bafo barato
o sol que arde a pele morena leva embora o seu suwingado

Arrasta teu bloco de carnaval,
 assopra as cinzas de quarta
tira a serpentina do seu olhar,
a máscara que te escondia
Acabe a folia!

Passe os beijos nas bocas estranhas,
passe óleo e areia nos peitos durinhos, barrigas tanquinho e bundas douradas
chuva lava o verão, me traz depressa outra estação.

     ( Lorena Brites )

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O motivo

O desumano

O úmido

O abandono do estômago

O mago imaginário cômico

O topo altaneiro cônico

O jônico

O sônico, o profundo sono

O completamente nulo

O chulo cósmico

O chulé módico

A ralé tântrica

O ruir sânscrito

O linguajar de guache

A tinta, a mancha

Tentar, sempre tentar

O tento, o teto, o “tutti”.


A língua é soberana

Lambe o selo

Trança as almas

Água a boca

E baba a cama.


Parindo o pensamento

Envolto em sua placenta de signos e sentidos.

Desconexo do umbigo

Léxico perigo.


A língua é soberana

E a linguagem é o motivo.



André Vargas

Próximo

como envolver
certeiro
sua cintura de mulher mais velha?
perguntou a ela, que foi sutil:
nem choro,
nem vela

n.n.

Surpresa

do abraço do instante
não fujo
amiúde
muros das bocas
eu sujo


n.n.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Era carnaval

Um chapéu coco

Eu queria ser cocada

E uma bengala

Para me apoiar no nada

Eu era Chaplin

Eu era qualquer piada

Era carnaval

Não era à vera

Era à risada.


Não era samba, era uma bagunça animada

Como a mistura no meu copo cabe a mim

Que era quente o que se pretendia gelada

Era carnaval

E eu só conheço assim.


Era suor de calçada, não era purpurina

Não era lança perfume, era cheiro de urina

Eu não era o infeliz a reclamar logo cedo

Era carnaval

E eu era o bêbado.



André Vargas

domingo, 15 de janeiro de 2012

Refrão

Eu vi nos olhos da nêga
Que o samba tem um fim também
Mas é que quando ele chega
Ele me mostra o que os olhos da nêga tem


Caio Vargas

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Pensamento cotidiano nº1

Espreguice o que for nos ventos
Tem os que te trazem assuntos
E algum deles me disse
Que se no vento a idéia vem junto
Vem junto da idéia a canção
Tem os que levantam defunto
E outros que o fazem mais frio
Epopéia de vento é tufão
E poema assoprado assobio



Caio Vargas

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Passione

Uma noite
Um desejo
Um brinde e uma pulga atrás da orelha pra tudo que vejo

É quando vermelha
Nas curvas dos seus desenhos
E nas retas dos azulejos

Sei de nós
Do depois
Do que tenho
De algo que faz sentido só pra nós dois.



Caio Vargas

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Poesia

Quando ela chega

De repente esparramo pelo chão

(Como as batatinhas quando nascem...)

Minhas bobeiras

Andando com as mãos indicando o Norte

Fazendo sombras de mãos inteiras

Nas flores da morte, nos trevos da sorte.


Quando ela chega

Não há tempo

E sempre há tempo

Mais atento

Tento menos

Invento mais do que condeno

Sempre há tempo, coelho chato

Tarde é só um momento.


Quando ela chega:

Sobrancelhas ríspidas

Despidas de calma

Despedem das seivas

Das próprias feridas

Batendo palmas

Eu fico sóbrio.


Quando ela chega

Toca uma música

Acho que é Piaf

Ou só um piano

Ou um pio de anum

Anunciando

Ou um trompete na surdina

Ensurdecendo

Ou um assovio na esquina

Ou radio a pilha

Radiante.


Mas é quando ela vai que tudo faz sentido

Sinto a dor dos calafrios

Sinto a febre dos comprimidos

Sinto os nervos dos arrepios

Sinto a melancolia dos sorrisos

Sinto o corpo adormecido


Quando ela vai...


Eu sobrevivo!




André Vargas

Crer-se

Lilás

Como a tarde sempre é

Aliás

Como tudo é tão tardio

Adio

As questões estão nos olhos

Ardidos

Corda bamba, meio fio

Confio

Que não caio, que não perco

Fio

De cabelo no sorriso

Isso

É melhor do que molhar

Isso

Naquilo que água tudo.




André Vargas