quinta-feira, 14 de novembro de 2013

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Muito

Quando há paixão,
tudo é muito.

E muito de mim
espalha esse muito.

Colhendo outros
muitos
doando sempre
muito
o que há de muito
em mim.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Riacho



Ri, acho que ri
Cacho rodando
Cachorro dando
Cambalhota torta

Acho que riacho riu
Rio de quando em vez
E o rio riu do riacho
Acho, mas só acho
Macho, machucado, caldo
Caducado cardo
Acho que um bocado
De gente que ri
Rima.
Gosto do som das palavras
De separá-las em sílabas 
De recriá-las
Trocar uma letra ou outra e
Confrontá-las
Tudo conforme formem
A minha fome de forrá-las
De plural
Varal de falas
Vala de farras
Todo sentido
É sentido
Nesse varal sem amarras.
Escuto em uníssono
Os cantos dos olhos 
O sono unindo as pestanas
O som de esticar persianas
E o abismo, dono de tudo
A prova diária da morte 
O sonho
A vulnerabilidade consentida
O sonho
O aconchego, a concha, a colcha 
chegando
O útero e, novamente,
A sombra
Do sonho.
Conserto
Concreto
Com credo
Armado

Mas o pulo
Sobe o muro
Manipulo 
do gato.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Joio, ou trigo no métrico

Gérmen de trigo
Geme me intrigo
Trago e me entrego
Tudo daquilo
Outro tropeço
Ou truque peço
Meço, mereço
Ver só o verso.


André Vargas
Que nome dou
ao nome que me dá
nomínimo
nomenino
nomeio
nome ar.

Abricó

o abricó doce
encorpado
caído meio de lado
na noite
já abriu cá
bom bocado
do gosto gostado
e danou-se

fruta de quintal
quinta-feira
feira de rua
sem saída
Ida sem saia
linda fruteira
o abricó doce
trepa na língua

cheiro de percevejo
ventado
percebo e vejo
um beijo de vó
molhando a pele
rosto rosado
fruto danado
doce abricó.


André Vargas

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Memória

A memória
demora
pois mora
nas horas
do engarrafamento

Quebrantada
desconexa
mora em Joyce
mais do que assumo

A memória
me olha
A memória
me mostra
o não-rumo.

Matéria

A matéria
miséria
me zera
e me erra
o alvo

Em terra
Firme!

Em solo
Fértil!

Em mar
Alto!

Gotas de sangue

Uma caneca de vinho barato
Promoção de mercado
Jayme começou a chorar

Goles e goles de vômito roxo
Tirados da geladeira
Como não se deve fazer
Lembrar

Caneca vermelha
Sangrando frutado
Jayme com o gato no colo
Olhando o espelho cuspir

Ronrona o bichano
E o dono
Um sono
Que chega e não larga
Um dia e uma noite em Praga
Jayme não sabe mentir

O chocolate suíço nos lábios
O relógio parado no pulso
A convulsão dos soluços
A solução de viver

Morto
Parado
Estanque
Forçado a esquecer o que antes

Com toda a força quis ser.



André Vargas

sábado, 17 de agosto de 2013

Só sou poeta
Enquanto escrevo
poesia
Nas horas vagas
Eu sou só
monotonia.
Cu e calça
Calça e cu
Veste a calça
Limpa o cu
Na calçada
Único 
Bico
Trico
Salamê mim cu.

Coisidade

Apetrecho
Treco de apertar treco
Coisa que esqueço o nome
Mas o uso 
Para inventar um só para mim.

Sopra mim
Negócio de fazer vento
Troço sem movimento
Enfim, seu sentido é fim.

Um anel
nela
elo
véu
vela

tudo vi
ria
virar pó 
e sia.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Seco

Seda rasgada
A pele russa do cotovelo
Rachada, seca, boca
A boca novelo
Esporão doído, sarnento
Puro segmento da vida
Escorrem pus de velhas feridas
Chagas chacais
Sincope lida

Comprimidos astrais
Sonambulas bulas rotas
Rituais e arrotos da noite
E dançam doidos sapos zuretas
Cantando grilos nas grelhas chamuscadas
Queimando os pés nas brasas dos cenhos
Senhores sapos donos do coacho
E seus maledicentes risos pausados

Acumulado
Mulato peito aberto amolado
Da faca, um corte, feito espada
Adaga feito faca de pão
Um empurrão
E caio feito caco de vidro
Gargalo aberto
Livro esquecido
Acostumado
Feito um leão
Sem dentes, sem presas
Creme de carne
Chicote, circo, homem
Sofrível
Indistinguível na multidão.



André Vargas 

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Sou uma penca de penas podres
Descascadas pernas
Morto-motores 
ligados
Escancarados barulhos
alucinados
Sou uma penca despencada
De ardores inúteis
De palavras fúteis
De fingimentos
de pessoa

Mísseis
que miram em mim e erram
Flores.

domingo, 28 de julho de 2013

Reunião

ORTIS ME EXPLICOU
QUE COM OS ÓCULOS
O X DO PENSAMENTO
É A MULTIDÃO
NOSSA MÃE ESTAVA ERRADA
ENTÃO, ORTIS, ANTES DE SAIR
AVISOU-NOS QUE TEMPO E LIBERDADE
DÃO NO MESMO QUE ÁGUA
NÃO ENTENDEMOS.
E TIVEMOS MEDO

ORTIS ERA NOSSO QUERIDO BOCEJO
MAS HOUVE ESTE DIA
HOUVE NOSSA FANTASIA
E O ESPELHO DA SALA
OS TALHERES LIMPOS
AGORA NOS DEIXAM COM FRIO
O SOM DESSES DESENHOS ANIMADOS
FAZ MAL ÀS NOSSAS BOAS BARRIGAS
E ENTÃO TEMOS SAUDADE

SAUDADE SIM, E CIÊNCIA
BONDOSA CIÊNCIA DA COCEIRA DE ORTIS
DOS OVOS DE ORTIS
CORROENDO AS ARTES E AS LERDEZAS
DE NOSSAS VERSÕES

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Mundo vasto mundo

Mundo vasto mundo 
Na ponta dos pés e com braços largos
Salivando
Eu te abocanho 
Mundo vasto mundo
Caiba nesse bolso vazio
Que guarda segredo
Mundo, eu te expando
Para caber meus quereres
Mundo, eu te encolho
Se preciso for
Para te engolir inteiro

Nathália Godoy

domingo, 7 de julho de 2013

Andatrilho

Mesmo-mesmo
andando a esmo
há sobrecarga 
nas costas largas
nas mãos dos mesmos
que apagaram a luz
e não pagaram a conta

Não há quem julgue melhor um erro
do que aquele que sofre
aquele que vê a carne
se contorcendo
sendo, em verdade, teor do corpo
dormindoendo,
mas indo e tendo
mais gosto em ir
Para onde o caminho
É pau é pedra
e é distância a vir.


André Vargas

terça-feira, 2 de julho de 2013

De sapato branco

Samba aqui, mulato!
bêbado
na ponta do dedo
Tocando estampido
Estampado no ato
Estica,
bonita a fita
Estaca nos calcanhares
Chapéu coco chapado
No ombro oco, cansado
Santo calafrio tremido
Temido santo encostado
Zé toca um banjo
banzado
Quebrando meio de lado
Sugando o sangue inteiro
Engasga no pardieiro
E gaita boa é dinheiro
Pandeiro
Colo de mucama

Sambando na lama
Chico cantando

É drama.


André Vargas

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Eu posso

Mas que troço estranho esse
De usar troço
Só por achar bonito
Será que posso
Ou fico aflito
Por achar esquisito
Esse troço de achar bonito
O que eu posso fazer?


Caio Vargas

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Passo a frente

O que é preciso?
Eu só preciso de um cigarro
Ele atinge o alvo
De que é preciso um carro
Pra andar
Infalível
Você mesmo já pensa
Mas então
O que é preciso
Se eu já penso
Sinto
Explodo
Mas não ando
Fico no lodo
Ciscando
Sujando meus pés de beleza
Mas ainda não me sinto belo
Por inteiro
Não alcanço
Nem o primeiro tom
Canso
Uma parte de mim pensa
Que assim está bom
Fez-se um elo
Entre a combustão
E a escala de tons menores
Mas que crença!
Danço
Sapateio
Sorridente
São os meus próprios pensamentos
Que irão quebrar essa corrente
Mas que doença!
Essa história de tudo
Problema
Solução
O fim e o meio
Serem meus próprios sentimentos



Caio Vargas

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Senhor do Mato

Ei senhor do mato
Venha pra cá para a cidade
Ei senhor do mato
Me deixa aí no seu lugar

Já vi tanta tristeza
Tanta conformação
Angústia fabricada
Eu quero o natural

Ei senhor do mato
Que feras há no matagal?
Ei senhor do mato
Se são como as da capital

São feras invisíveis
Consequentes da ganância
Será que estamos livres?
Somente o marginal

Ei senhor, tu me responde
Onde eu posso ver meus inimigos
Se os daqui ainda se escondem
Atrás de notas de papel

Tirando aquilo que é dos outros
Aquilo tudo que toda essa gente pensa
Roubando-lhes seus universos
E os jogando ao normal



Caio Vargas

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Vista


Meu olhar anda cansado
Curtido
e mal pago
Apagado de nuvens
Nublado

Meu olhar não atenta
Não tenta
Não espicha

Meu olhar cabisbaixo
Cabofriense
revista

Não cabe não vence
Olhar vigarista

O meu olhar a pender

O meu olhar a perder

de vista.


André Vargas

exame de rotina

As mulheres do primeiro andar não podem explicar como já secou a água deste arroz
ou quão rápido sumiu o arroz de seus pratos
As mulheres do primeiro andar aprenderiam qualquer método
Calçariam qualquer número
Conseguiriam qualquer recibo
O primeiro andar está cheio de média e remédios
As mulheres do primeiro andar estão alagadas
Alegóricas
Mas nenhum pote às coléricas.
Coragem no ar, porque estão engraçadas...
As mulheres do primeiro andar já perderam de vista
Apenas cintilam em sua visões periféricas pequenas provas de paraíso
Mas nenhuma sombra nas américas
E, mesmo deste tamanho, o céu não se dispõe.
Exposição permanente no primeiro andar de milhares
Exposição em permanente translação
Nas melhores do primeiro andar os braços rolam lá
Longe de seus corpos, quilômetros depois de seus umbigos para serviços diversos
Do primeiro andar o ronco dessa fome histórica
Por fim
Cem mitos lucrativos


NN

segunda-feira, 15 de abril de 2013

terça-feira, 2 de abril de 2013

Pousada


Eu me vi
Maluco
Num cuco da cuca
Vivendo na sociedade
Maluca

Alguém escuta?
Credo
Grito
Chuva

O infinito nos saúda
O tempo simplesmente passa
Eu de saída
Como um vinho que cai da taça
Arte contida
Sortuda

Que atravessa gereações
No olhar no olho
Das visões das quais não escolho
Vi trovões
Vi Arco-íris
E depois fechei o ferrolho

De porta fechada
Talvez a um palmo
Talvez na porta errada
Vi tudo calmo
Um estranho no ninho
Nunca sozinho
Entendendo nada



Caio Vargas

quinta-feira, 21 de março de 2013

Dia Mundial da Poesia com Salgado Maranhão

Queridos Poeteiros, Viva o Dia Mundial da Poesia!!!
Ofereço à todos, meus queridos, Salgado Maranhão para honrar nossa terra!

.

Voz


Minha carne é fibra de argila e sol
verão. Ou docas onde a dor se encuba
secretamente.  Sei que em meu paiol
os andróides de porre dançam rumba.
No entanto flui de mim um girassol
lilás que luz, que jazz, que mais que alumbra,
esculpe as esquadrias do arrebol
dissolve o tempo sobre a minha juba.
Já de júbilo desse pergaminho,
aceito o temporal – redemoinho
de pedras: tanto degrau... tanta esgrima...
e ao ter somente a voz como caminho
agarro a poesia pela crina
e me  arrimo na minha própria rima.


terça-feira, 5 de março de 2013

Sem sentindo

Pitanga 
pintada de manga chupada
chuvisco grisalho da terra
pitada de sal, de pimenta

Canela

pó de serra
cereja
neblina que nunca se veja
melaço de velha cerveja
cominho na carne
...
Certeza!
...
de nada
obrigado
de nada

Mundo, homem
mudo, tudo
inundação de sentidos
ação sem sentido algum.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Pena nascer árvore


Pena nascer árvore...

Raízes presas ao chão,
galhos e folhas erguidos aos céus,
onde o vento os beija quando passa
e os levam junto
flutuando e passeando pelo ar
e pelo campo.
Até se perderem entre outros espaços,
à passos longos,
perdidos,
e não mais achados
de onde saíram.

Pena nascer como árvore...

Com pés presos ao chão,
cabeça alta como os galhos,
subindo em ideias.
E o tronco, sua mediação.
O tronco é o centro,
equilibrando todo movimento.
Os braços aos céus se erguem,
ovalados como as copas,
captam energia que circule,
traga e faça significado
no todo.

Pena nascer árvore...

Nascer num lugar
e ali permanecer.
Ver o começo
o meio
e o fim ao redor se estender.
E o começo de novo.
A finitude das vidas.
Sem poder se envolver
até quando chegar o seu fim.

Pena nascer como árvore...

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Ao meu galego


Seus olhos são da cor do mar.
E os meus, da cor das folhas.

Seus cabelos brilham como os raios de sol.
E os meus, são como as cores das raízes e galhos
das árvores.

Sua pele é da cor da areia.
E a minha, da cor da madeira.

Você é água.
E eu sou terra.

Você prefere a praia.
E eu, prefiro a floresta.

Queria entender,
o que entre
diversos tipos de homem,
eu fui olhar para você.

O que foi que achei...

No seu sorriso breve,
no seu olhar miúdo,
seu porte retraído,
e em seu jeito puro.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Vida


Comovido
Ouvindo
O vento vindo
De longe
Chiando na folha cansada

Eu sentado
Tudo estando nada
Estalando as juntas
Dos dedos que apontam

A folha cai
Viva como a sensação de cair
Morta como uma dama na valsa
Conduzida pela mão
Seduzida pelo chão

E eu chamava de verdade o que eu vivo. 


André Vargas

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Plano


Meu plano é
Plantar um pé
De fruta pão

Meu plano b
É plantar-te
Uma explosão

De filhos
De filmes
De estantes
De livros
De fotos
De discos
Dizer...

Que eu era quem era que erra que urra que ira que erro que rei na barriga que briga que fim

Meu plano
É enganar como engano
E dizer sempre sim


Meu plano é
Planta do pé
Furando o piso

Meu plano b
Permanecer
Sendo preciso

Dizer
Dos discos
Das fotos
Dos livros
Estantes
Distantes
Instantes
que nunca filmei

Meu plano
É planar sobre o plano
De errar
Outra vez.


André Vargas

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Perdão à Poesia


Desculpe-me, poesia
Não sei lhe emprestar rima
Nem domar-te nas normas previstas,
Muito menos lhe dividir em quartetos.

O que ofereço é minha alma
Meus sentimentos singelos e ingênuos,
Dos quais - ó, que pecado! - não extraio tantas emoções
Nem vivências, nem molejo.
São as mesmices de sempre
Que vivemos sem precisão.

Desculpe-me se te ofendo
Se te mal interpreto ou mal expresso.
São só palavras, afinal.
Espero, um dia, que as receba como suas
Assumindo-as como suas
Sem opor-lhes nem o ponto final.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Adeus Antonina


Eu...
Eu já não sei mais o que fazer.
Só de pensar já me bate um cansaço...
Sou um fardo pra minha família.

Ninguém quer perder seu tempo cuidando de mim.
Só Dona Teresa que ainda tem paciência comigo.
Só como com ela.
E o banho também.

Ah, o banho!
Se eu pudesse nem entrava mais naquele banheiro.

Despir-me, pra uma estranha...

Em pensar que me escondi todo esse tempo de Roberto. Ai que vergonha!
Acho que isso eu até aturo.

Sabonete sou eu que passo, ai dela!
Mas a pior parte é quando eu me sento ao vaso.
Se minhas pernas ainda me atendessem, correria direto para cama, pra não ter que encarar aquele espelho velho.

Aquele quadrado enferrujado podia cair no chão.
Nem sei o que ele ainda esta fazendo ali.
Vaidade daquelas incompetentes, aposto!
Malcriadas.

Ou, pra me deixar triste?
Pra eu ver o quanto estou feia?
Velha?
Magra?
Inválida?

(Choro)
Ah minha juventude!
Minha juventude...

A maquiagem já não me serve mais.
Só vejo acúmulo de pó entre as rugas.
E essas mãos? Manchadas, grossas, sem brilho.
Essas bochechas caídas, os olhos tristes, meus poucos pelos.
Lembro-me bem quando Roberto me elogiava por esses olhos. (Risos).
O Sol conseguia deixá-los mais belos, e como brilhava como iluminava seu sorriso.
Hoje, estão opacos, escuros e sem vida. Mal consigo abri-los com o peso das pálpebras.

Por que este espelho ainda está aqui?
Pra me lembrar que estou prestes a morrer?
Não quero, não quero, não quero! (Mãos ao rosto)
Não quero.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Cabeças de elefantes


Trombadas amigas servem para corrigir a hora
O relógio anda meio atrasado para rir
E adiantado para sentir
Nós elefantes e nossas trombas elegantes
Seguramos nossos rabos e andamos juntos
Sugamos a água como cocaína
E jorramos boca à dentro
Mais um gole de cólera líquida
Que Zygmunt me salve das teorias
Pois ando meio desastrado nos argumentos

Amendoins e torrões de açúcar para nós todos
Dá até para assistir a algum jogo
Ou esperar o carnaval
Empate, nocaute, fatal
Minha terra, meu circo, meus vícios...
Sempre me acompanham e me levam ao lugar comum
De ser datado e fichado e singelamente estigmatizado
Por mim
Ser incorrigível
Ser intragável

Sou como um primeiro trago
Sou a desgraçada tosse que entrega o novato
Sou sem o ser para mim, sou para a alteridade
Mas, já que é assim
Assumo a culpa
Visto a roupa de vilão
E saio para passear
Sujando com meus passos o chão.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Nasceu.
Cresceu.
Amadureceu.
Envelheceu.
Morreu.

O meu apego.

Quem nasceu primeiro?

A música
ou a dança?

O trem das..

Já é de manhã bem cedo
E já se passaram dois trens
Um que corre sem medo
E o outro que não dá um passo
Com uma carga já sem espaço
Que já necessita ir além
E devagar ele vai
Quem o espera não encontra vivo
E a carga dali não sai
Só falta um motivo
Pros seus passageiros sairem pelas janelas




Caio Vargas