quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Cabeças de elefantes


Trombadas amigas servem para corrigir a hora
O relógio anda meio atrasado para rir
E adiantado para sentir
Nós elefantes e nossas trombas elegantes
Seguramos nossos rabos e andamos juntos
Sugamos a água como cocaína
E jorramos boca à dentro
Mais um gole de cólera líquida
Que Zygmunt me salve das teorias
Pois ando meio desastrado nos argumentos

Amendoins e torrões de açúcar para nós todos
Dá até para assistir a algum jogo
Ou esperar o carnaval
Empate, nocaute, fatal
Minha terra, meu circo, meus vícios...
Sempre me acompanham e me levam ao lugar comum
De ser datado e fichado e singelamente estigmatizado
Por mim
Ser incorrigível
Ser intragável

Sou como um primeiro trago
Sou a desgraçada tosse que entrega o novato
Sou sem o ser para mim, sou para a alteridade
Mas, já que é assim
Assumo a culpa
Visto a roupa de vilão
E saio para passear
Sujando com meus passos o chão.

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