quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

CRÔNICA DE VERÃO


Que o verão passe,
leve junto o pôr do sol
o suor das noites de ar quente,
o cheiro do bafo barato
o sol que arde a pele morena leva embora o seu suwingado

Arrasta teu bloco de carnaval,
 assopra as cinzas de quarta
tira a serpentina do seu olhar,
a máscara que te escondia
Acabe a folia!

Passe os beijos nas bocas estranhas,
passe óleo e areia nos peitos durinhos, barrigas tanquinho e bundas douradas
chuva lava o verão, me traz depressa outra estação.

     ( Lorena Brites )

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O motivo

O desumano

O úmido

O abandono do estômago

O mago imaginário cômico

O topo altaneiro cônico

O jônico

O sônico, o profundo sono

O completamente nulo

O chulo cósmico

O chulé módico

A ralé tântrica

O ruir sânscrito

O linguajar de guache

A tinta, a mancha

Tentar, sempre tentar

O tento, o teto, o “tutti”.


A língua é soberana

Lambe o selo

Trança as almas

Água a boca

E baba a cama.


Parindo o pensamento

Envolto em sua placenta de signos e sentidos.

Desconexo do umbigo

Léxico perigo.


A língua é soberana

E a linguagem é o motivo.



André Vargas

Próximo

como envolver
certeiro
sua cintura de mulher mais velha?
perguntou a ela, que foi sutil:
nem choro,
nem vela

n.n.

Surpresa

do abraço do instante
não fujo
amiúde
muros das bocas
eu sujo


n.n.