Seda rasgada
A pele russa do cotovelo
Rachada, seca, boca
A boca novelo
Esporão doído, sarnento
Puro segmento da vida
Escorrem pus de velhas feridas
Chagas chacais
Sincope lida
Comprimidos astrais
Sonambulas bulas rotas
Rituais e arrotos da noite
E dançam doidos sapos zuretas
Cantando grilos nas grelhas chamuscadas
Queimando os pés nas brasas dos cenhos
Senhores sapos donos do coacho
E seus maledicentes risos pausados
Acumulado
Mulato peito aberto amolado
Da faca, um corte, feito espada
Adaga feito faca de pão
Um empurrão
E caio feito caco de vidro
Gargalo aberto
Livro esquecido
Acostumado
Feito um leão
Sem dentes, sem presas
Creme de carne
Chicote, circo, homem
Sofrível
Indistinguível na multidão.
André Vargas
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