Simplório,
Sou, sim, o cão que guarda o purgatório
Zanzando, rosnando, às vezes, tragando
Um grande gole de saliva
Às vezes, abanando o rabo para espantar
Qualquer que seja a companhia
Mas sempre, sempre andando
Cagando e andando
O cão-carniça.
André Vargas
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ResponderExcluirEngraçado, tive uma impressão com esse poema que nunca havia tido. Esse poema é tão masculino, que não imagino que uma mulher poderia ter escrito. Suas palavras são bem masculinas neste poema (eu sendo bem sexista :x).
ExcluirAcho que o problema esta na sociedade sexista em que habito. Para mim, a única relevante diferenciação de gêneros está nos órgão sexuais e suas fisiologias. Não há práticas que possam diferenciar homens de mulheres, é pura invenção. Mas infelizmente, eu, infectada por habitar nesse meio de diferenciações, percebi nitidamente certos signos que o poema possui, que pudessem me fazer identificar se um homem ou uma mulher havia escrito. Por mais que seja ruim para mim ( o que eu acho ), acabou tornando-se interessante.
Excluir(Corrigido)
ExcluirTalvez seja assim que você (ou a sociedade) vê o homem! Ou assim, talvez seja impossível de ser uma mulher tão plenamente feminina nos seus tratos, pode até mesmo ser que eu tenha sido racional e escatológico em demasia, como estão prenhes de razão "diarréica" os homens, varões da nossa sociedade machista... Casos a se analisar, mas não pensei na sexualidade do eu lírico. Na verdade, um pouco de mim se expõe nesse poema, mas não sou um grande exemplo de macho Alfa, portavóz da masculinidade prototípica e, para mim, a angústia de ser/se sentir pouco, ou quase nada, cabe tanto a homens quanto a mulheres de pouca fé!
A crise unissex de se sentir mal consigo mesmo.
Acho que o discurso do poema pode ser deflagrado na alma de qualquer ser humano!