segunda-feira, 26 de setembro de 2011

No começo

A intenção de criar este espaço não é nobre, tampouco é vil, pois não serão os extremos (nem os núcleos) os pontos atingidos, seremos nós mesmos, em mesmices, a dizer-nos coisas tolas e, talvez, boas das masmorras de visgos do castelo das palavras.

Um blog em conjunto é a parte que nos resta desse latifúndio criativo, na atual conjuntura e ter um grupo de pessoas que escrevem e pensam que escrevem e fingem escrever, mas que, menos pelas máscaras e mais pelo pensar, danam-se juntos é renovador aos velhos de espírito e alento aos jovens de saber.

Não é pouco o que vos entregamos. Entregamos-vos nossas almas, como num ritual de magia negra feito por adolescentes em um filme bárbaro de Sessão da tarde. Só que as nossas almas agora são, também, frívolas e virtuais; nossas almas estão geneticamente decodificadas; nossas almas são efervescentes e estomacais; nossas almas são trangênicas e agrotóxicas; nossas almas são importadas, exportadas, importantes e exploradas por multinacionais. Somos o agora de antes. Somos a Nova Idade e temos algo a dizer daquele mesmo algo algoz do passado, da alga verde e viçosa da juventude, da algema dos delírios das angústias e do alagamento das alegrias e das lamúrias.

“No descomeço era o verbo.

Só depois é que veio o delírio do verbo.

O delírio do verbo estava no começo, lá onde a

criança diz: Eu escuto a voz dos passarinhos...”(Manoel de Barros).

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