Dizem que quando a gente interpreta alguma coisa, olhamos pra coisa primeiro sem entender, depois que interpretada, só somos capazes de olhar o que nós mesmos queremos ver no objeto, nosso juízo é quem olha pra gente. Seu poema é um objeto de superfície antiaderente, acho que capturou o título, por que nenhuma idéia ou interpretação seria capaz de se agarrar nele, a única coisa que eu seria capaz de atribuir ao seu poema seria a suspensão do juízo.
Essa poesia não é nada pragmático, no que a palavra "pragmático" realmente significa: prático, em suma. Assim como quase nenhum poema concreto-subjetivo pode ser catalogado como pragmático. Minha interpretação desse poema é um tanto displicente, pois eu não entendi por completo o sentido, nem sei se é isso que você almeja,e não compreendi o porquê dos cortes - que para mim, até então, são aleatórios, devido a minha incapacidade interpretativa - nas palavras e isso deve ter um significado, tampouco consegui amarrar o título ao texto... portanto sem essas três bases de composições estrutural me vejo inapto a dar a mão a essa poesia de forma plena para que caminhemos juntos. Contudo, não posso deixar de notar que gosto das escolhas melódico-semânticas de cada palavra contida no poema e adoro joguetes de palavras inconclusivos.
Espero não ter sido criticamente honesto ao insuportável!
brincadeira pelo pragmático, mas pensei sim que nesse não utilizei nenhuma das palavras como trampolim para algo tão particular, nenhuma preparada pra ser cafofo da minha subjetividade. veja.
talvez, e com certa intenção, 'zooética' pareça uma peça de quebrar a cabeça. dessa vez, quis experimentar antes essa mensagem noutra cuca, pois creio que quase nunca é bom sugar demais a chance de se compartilhar o que nos motiva em qualquer produção...
acho que sua crítica é importante pq ultrapassa a minha brincadeira de teclar aqui, mas também está envolta numa discussão muito grande sobre arte e sujeito... não é viável aqui que eu "ponha todas as minhas cartas na mesa", ou seja, quais são meus instrumentos e convicções na hora de escrever (por exemplo), para ser melhor entendida. apenas posso contar com o interesse ou não das pessoas pelas possibilidades.
"apesar" de tudo, me preocupo em tornar possível a compreensão de alguma ideia que achei boa, mesmo. não empacoto em suco de pozinho ou batatas ruffles, mas com um pouquinho de teimosia quase tudo é decodificado, não?
por falar nisso, eu amarro: esse título é uma palavra que vi outro dia e me inspirou para aplicá-la na palavra palavra: personificação da palavra, animalização da palavra. barbearia, vaia, bárbara, vala. enfim, jogos de humor...
Engraçado, pois estou lendo a segunda parte de um artigo de uma revista de filosofia que trata exatamente da ética animal (zooética). E, talvez por isso, eu tenha sido induzido (por mim mesmo) a não entender o atrelamento. Falha ou não - suscetível ou sucessão - pretas vendas da interpretação. Livre? Só a imaginação. A interpretação é presa e amarrada com nós a nós.
Não me culpe(o) por escorregar algumas vezes nas linhas, entendo e não entendo quase tudo o que todo mundo me diz. Mas não concordo que seja somente de casulo que se faz introspecção e conteúdo. Nem mesmo a maturação da borboleta e possível sem a ação do que é externo ao casulo... Sem externar-se a si mesmo, mesmo que por valetas ou violetas, não se há expectativa.
Certas vezes, o interno pode realmente estar contido num pacote, aberto por baixo, de coisas rotineiras como cigarros ou um chiclé de bola. Certas vezes a angústia é visível até mesmo num papel e perceptível a qualquer que seja o leitor. As viagens imagético-magnético-semânticas das pluri-interpretação sempre existirão, nos Cruz e Souzas ou nos Machados da vida. Sem que este ou aquele seja mais digno de um pré-interesse pelas possibilidades.Se faz viajar o leitor com a palavra independentemente da inerência de sua coerência. Algumas vezes o real (desses reais burros e criticados dos folhetins) é o que salva a gente da sanidade e da sobriedade e, em contrapartida, o contato com o surreal, muitas vezes, nos torna sóbrios, sem brios e sombrios...
Um debate sobre os rumos que damos a nossa múltipla poesia contemporânea nasce de aceitarmos os olhares, mesmo que esses mesmos olhares estejam viciados em materialidade e em resultado.
Tenho cá minhas amarras, e espero me desprender delas, antes que me cause ojeriza esse tal sufoco pre-conceitual do qual sou auto-pego ao não conseguir subordinar as imagens a um conceito real.
Desculpe se me fiz entender desse jeito, mas eu não quis decodificar a sua fórmula mágica textual, nem tampouco ofendê-la por expor minha incapacidade de sublimação perante ao texto... Na verdade, eu me sinto inferiorizado e quis demonstrar nesses meus comentários o quão a sua poesia é importante para que eu pense menos e repense sempre.
Borboleta tu Borboleto eu Onde é teu casulo? Onde voo meu? Onde é meu casulo? Onde é voo teu? Borboleta tu Borboleto eu.
sorte da palavra não ter sido perseguida pelos "barbeiros"...
ResponderExcluira palavra é bárbara
ResponderExcluirum bando de bárbaros!
ResponderExcluirDizem que quando a gente interpreta alguma coisa, olhamos pra coisa primeiro sem entender, depois que interpretada, só somos capazes de olhar o que nós mesmos queremos ver no objeto, nosso juízo é quem olha pra gente. Seu poema é um objeto de superfície antiaderente, acho que capturou o título, por que nenhuma idéia ou interpretação seria capaz de se agarrar nele, a única coisa que eu seria capaz de atribuir ao seu poema seria a suspensão do juízo.
ResponderExcluir=]
as pessoas são engraçadas.
ResponderExcluireu achei esse o meu poema mais pragmático!
e eu te adoro! :)
apalavravaiabarbearia
ResponderExcluirmas nao saquei o voapravala
nem saquei onde esta o zoo e a etica
nao saquei nada
vixe!
ResponderExcluira palavra está com a macaca!
Essa poesia não é nada pragmático, no que a palavra "pragmático" realmente significa: prático, em suma. Assim como quase nenhum poema concreto-subjetivo pode ser catalogado como pragmático. Minha interpretação desse poema é um tanto displicente, pois eu não entendi por completo o sentido, nem sei se é isso que você almeja,e não compreendi o porquê dos cortes - que para mim, até então, são aleatórios, devido a minha incapacidade interpretativa - nas palavras e isso deve ter um significado, tampouco consegui amarrar o título ao texto... portanto sem essas três bases de composições estrutural me vejo inapto a dar a mão a essa poesia de forma plena para que caminhemos juntos.
ResponderExcluirContudo, não posso deixar de notar que gosto das escolhas melódico-semânticas de cada palavra contida no poema e adoro joguetes de palavras inconclusivos.
Espero não ter sido criticamente honesto ao insuportável!
brincadeira pelo pragmático, mas pensei sim que nesse não utilizei nenhuma das palavras como trampolim para algo tão particular, nenhuma preparada pra ser cafofo da minha subjetividade. veja.
ResponderExcluirtalvez, e com certa intenção, 'zooética' pareça uma peça de quebrar a cabeça. dessa vez, quis experimentar antes essa mensagem noutra cuca, pois creio que quase nunca é bom sugar demais a chance de se compartilhar o que nos motiva em qualquer produção...
acho que sua crítica é importante pq ultrapassa a minha brincadeira de teclar aqui, mas também
está envolta numa discussão muito grande sobre arte e sujeito... não é viável aqui que eu "ponha todas as minhas cartas na mesa", ou seja, quais são meus instrumentos e convicções na hora de escrever (por exemplo), para ser melhor entendida. apenas posso contar com o interesse ou não das pessoas pelas possibilidades.
"apesar" de tudo, me preocupo em tornar possível a compreensão de alguma ideia que achei boa, mesmo. não empacoto em suco de pozinho ou batatas ruffles, mas com um pouquinho de teimosia quase tudo é decodificado, não?
por falar nisso, eu amarro: esse título é uma palavra que vi outro dia e me inspirou para aplicá-la na palavra palavra: personificação da palavra, animalização da palavra. barbearia, vaia, bárbara, vala. enfim, jogos de humor...
bj, mundo!
detalhe! não usei ´suco de pozinho´ nem ´batatas´ de modo pejorativo.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEngraçado, pois estou lendo a segunda parte de um artigo de uma revista de filosofia que trata exatamente da ética animal (zooética). E, talvez por isso, eu tenha sido induzido (por mim mesmo) a não entender o atrelamento. Falha ou não - suscetível ou sucessão - pretas vendas da interpretação. Livre? Só a imaginação. A interpretação é presa e amarrada com nós a nós.
ResponderExcluirNão me culpe(o) por escorregar algumas vezes nas linhas, entendo e não entendo quase tudo o que todo mundo me diz. Mas não concordo que seja somente de casulo que se faz introspecção e conteúdo. Nem mesmo a maturação da borboleta e possível sem a ação do que é externo ao casulo... Sem externar-se a si mesmo, mesmo que por valetas ou violetas, não se há expectativa.
Certas vezes, o interno pode realmente estar contido num pacote, aberto por baixo, de coisas rotineiras como cigarros ou um chiclé de bola. Certas vezes a angústia é visível até mesmo num papel e perceptível a qualquer que seja o leitor. As viagens imagético-magnético-semânticas das pluri-interpretação sempre existirão, nos Cruz e Souzas ou nos Machados da vida. Sem que este ou aquele seja mais digno de um pré-interesse pelas possibilidades.Se faz viajar o leitor com a palavra independentemente da inerência de sua coerência.
Algumas vezes o real (desses reais burros e criticados dos folhetins) é o que salva a gente da sanidade e da sobriedade e, em contrapartida, o contato com o surreal, muitas vezes, nos torna sóbrios, sem brios e sombrios...
Um debate sobre os rumos que damos a nossa múltipla poesia contemporânea nasce de aceitarmos os olhares, mesmo que esses mesmos olhares estejam viciados em materialidade e em resultado.
Tenho cá minhas amarras, e espero me desprender delas, antes que me cause ojeriza esse tal sufoco pre-conceitual do qual sou auto-pego ao não conseguir subordinar as imagens a um conceito real.
Desculpe se me fiz entender desse jeito, mas eu não quis decodificar a sua fórmula mágica textual, nem tampouco ofendê-la por expor minha incapacidade de sublimação perante ao texto... Na verdade, eu me sinto inferiorizado e quis demonstrar nesses meus comentários o quão a sua poesia é importante para que eu pense menos e repense sempre.
Borboleta tu
Borboleto eu
Onde é teu casulo?
Onde voo meu?
Onde é meu casulo?
Onde é voo teu?
Borboleta tu
Borboleto eu.
que boa refle~xao!!!
ResponderExcluirvale por isso!
Pluri-interpretações*
ResponderExcluirCara!!! Relendo agora gosto muito mais desse poema!!!
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