terça-feira, 11 de outubro de 2011

Desleixo

Comover-me

É como ver a mim mesmo

Andando a esmo

Mesmo andando por cá.


Desamarrados tênis

Para tropeços

Amarrotadas calças

Para passar

Meias cansadas, manchadas

Nos calcanhares

Muitos lugares

E sou de nenhum lugar

Pelos na cara

A crescerem com o tempo

E pouco tempo

Para me pentear

Camisas tolas

De desenhos felizes

Caminham sós de tanto eu as usar.


Desleixo

Deixo a roupa suja no sexto

Mas recolho a minha vida da corda

Antes mesmo de ela secar.




André Vargas

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